Mantendo o status de residente permanente...

... e correndo atrás da cidadania!!!

Manter o status de residente permanente e conquistar a cidadania Canadense são temas que trazem muitas dúvidas, informações imprecisas e principalmente angústia para aqueles que já imigraram, mas que, por algum motivo, precisam se ausentar do Canadá por um período de tempo maior.
Acredito que isso ocorra pelo fato das leis de residência e cidadania serem independentes e contarem o tempo de forma diferente uma da outra.
Assim que cheguei ao Canadá, uma peruana me disse que ela quase não conseguiu entrar novamente no Canadá depois de uma temporada de 7 meses no Perú para cuidar do seu pai, por não ser permitido que um residente permanente fique ausente mais do que 6 meses do país. Disse ela que por sorte (e charme - já que ela se achava muito sexy. Usava roupas dignas de espanto até para o mais liberal brasileiro) o oficial da imigração, depois de ouvir a triste história da morte de sua pai, deu permissão para que ela retornasse ao Canadá!

- Nossa, quase me mandaram embora do aeroporto mesmo!!!!

Eu fiquei intrigada com a história (que aconteceu em 2004), mas como outros imigrantes já haviam me falado a mesma coisa, eu fui averiguar!
Para a felicidade e alívio dos brasileiros que deram entrada no Canadá e já receberam seu ´permanent resident card´ e voltaram ao Brasil, a notícia é muito boa!!!

Ninguém vai precisar usar de charme ou mini-saia para convencer o oficial da imigração! Esqueçam esse papo de 6 meses!!! Isso não existe!

Conforme a lei de residência, para manter o status o imigrante deve viver 2 anos a cada 5 anos no Canadá (sem a necessidade de serem consecutivo) podendo manter seu status por muitos anos desde que a cada 5 anos, viva 2 no Canadá.
Imigrantes que estão a trabalho fora do país por empresas canadenses ou pelo governo (desde que full-time) contam seus dias como se ainda no país. Isso também vale para dependentes e cônjuges que o acompanham.
Isso significa que mesmo fora do país o tempo continua contando como se estivesse de corpo presente no Canadá. Veja o que diz um trecho da lei:

"6.1. Accompanying outside of Canada
A28(2)(a)(ii) and (iv) provide that each day a permanent resident is outside of Canada
accompanying a Canadian citizen spouse, common-law partner or, in the case of a child, a parent
with whom they ordinarily reside, it is deemed a day of physical presence in Canada. Each day a
permanent resident is outside Canada, accompanying a spouse, common-law partner or, in the
case of a child, a parent who is also a permanent resident and with whom they ordinarily reside,
is also deemed a day of physical presence in Canada provided the spouse, common-law partner
or parent of the other permanent resident is employed on a full-time basis by a Canadian
business or in the public service of Canada or of a province."



Já a cidadania requer que o imigrante viva 3 anos em 4.
(To be eligible for Canadian citizenship, you must have lived in Canada for at least three years (1,095 days) out of the four years (1,460 days) preceding your application. Please note that you cannot meet the residence requirements for citizenship without a minimum of two (2) years as a permanent resident.)


Para saber mais sobre: Residence Calculator

'Can U undrestend my ingrish?!'

Quem acompanha o Unzip sabe que eu sempre comento que a sobrevivência de todo imigrante (independente do país de origem ou do escolhido para imigrar) depende quase que exclusivamente da sua capacidade de comunicação no idioma oficial do país que o receberá.


Você poderá ler os posts anteriores clicando em: "Do you speak English?" , "Trabalhar com educação no Canadá" e "Estudando para o IELTS".


Obviamente um estrangeiro sempre terá sotaque e manterá sons e ritmos da sua língua mãe que só um nativo é capaz de detectar. Mesmo os que já imigraram há muitos anos não perdem o sotaque com facilidade. Muitas vezes não o perdem nunca.

Manter o sotaque muitas vezes é uma característica interessante. Um estrangeiro falando português nos interessa já na primeira frase. Pode ser que isso aconteça pela nossa expectativa em conversar com alguém que tenha uma bagagem cultural diferente da nossa, pelo instinto de ajuda ao próximo ou simplesmente por adorar o novo som e ritmo que é dado ao nosso idioma.

Eu adoro ouvir um francês falando português, um brasileiro falando inglês, um árabe falando francês e sem dúvida um italiano falando qualquer outro idioma, mas tenho que ser honesta ao assumir que meus ouvidos não se habituam com o sotaque de um indiano falando inglês. Mesmo depois de muito tempo tendo alguns indianos como colegas de trabalho eu, apesar de já identificar algumas palavras e entendê-los por intuição, ainda fico achando que de duas uma: ou eu esqueci como se fala inglês ou os indianos é que criaram um novo idioma.

Quero deixar bem claro que este post não é 'preconceituoso' e sim fruto de um 'pós conceito' criado depois de muitas tentativas em entendê-los. Inclusive aqui estão alguns exemplos de indianos que brincam com o próprio sotaque!

- Russell Peters é comediante, descendente de imigrantes indianos. Nasceu no Canadá e vive em Toronto;
- Tracey Ullman é comediante Britânica (onde encontra-se muitos imigrantes indianos) radicada nos EUA e em seu show State of the Union apresenta a personagem indiana Padma

Divirtam-se!!!







Novo lay-out!

Depois de muitos testes e quebrando a cabeça para tentar recuperar o contador Bravenet que estava chegando a marca das 70.000 visitas eu cheguei a um template bacana, colorido e descontraido!!! Espero que vocês gostem!

Infelizmente o contador foi zerado! Se alguém souber como eu posso fazer para recuperá-lo, ficarei muito feliz! Caso contrário, posso dizer que o Unzip já passou das 70.000 visitas!!!



O blog está vivo!!!! E eu também!!!!!!


Que vergonha!!! Quando entrei no Blog hoje não consegui acreditar que desde maio de 2009 eu não escrevo aqui!!!! Não pensem que não tenho nada para contar!!! Ao contrário!!! Tantas coisas boas aconteceram nesses 5 meses que nem sei por onde começar!
Minhas viagens não param e cada vez mais pessoas estão interessadas em estudar ou mesmo imigrar para o Canadá. O Real está forte e a dúvida agora é: ficar mais forte para viajar ou cair para exportar? Quando o real fica mais forte em relação ao dólar, muitos aproveitam a chance para viajar. São tantas as promoções, opções, tipos de viagens que fica até difícil decidir para onde ir e de qual empresa comprar.
Muitos aproveitam o tempo de viagem para melhorar seu conhecimento no idioma. Outros aproveitam para fazer pequenos cursos profissionalizantes ou mesmo como hobby (caso de degustação de vinhos, golf e culinária). Infelizmente algumas pessoas (profissionais de diversas áreas) sentem-se "maduros" para iniciar um intercâmbio. São pessoas acima dos 28 anos, que já são formadas, atuam em diversas áreas profissionais e não podem mais perder tempo em salas de aulas com vários alunos, aprendendo o verbo "To Be" e indo a baladas. São pessoas que necessitam INVESTIR no aprimoramento do idioma.
Pensando nesse público que surgiu a Viplli. Empresa de cursos de imersão no exterior voltada para alunos que não podem perder tempo. A Viplli oferece aulas particulares no Canadá com professores certificados internacionalmente e com experiência profissional em diversas áreas, como finanças, arquitetura, banking, importação e exportação, medicina, odontologia, etc. O próprio tutor recebe o aluno em sua casa e o acompanha em diversas atividades como aulas de golf, degustação de vinhos, culinária, trabalho voluntário na área de atuação do aluno no Brasil. Desta forma, o aluno pode unir o turismo com o aprimoramento do idioma e enriquecimento cultural.
São muitos os e-mails que recebo de profissionais procurando um curso no exterior eficiente e com resultados comprovados, e de todas as ofertas no mercado, a Viplli é a empresa que melhor atende este perfil.
Além do curso no exterior o aluno tem um acompanhamento no Brasil e faz 2 testes (um antes do início do curso e outro na volta). O primeiro teste tem como objetivo definir o nível de conhecimento do aluno e orientar o professor no exterior. O segundo tem por objetivo comprovar o aprimoramento do conhecimento. O aluno quando volta também pode optar por ter aulas on-line com o professor nativo tendo todo o suporte no Brasil. Todo o tempo em que o aluno está no exterior ele é acompanhado virtualmente pela Viplli no Brasil, portanto, não tem essa de vender, embarcar o aluno e esquecê-lo! O apoio é total e integral.
Uma das coisas que mais gosto da Viplli é o 'student guide'. Um guia entregue ao aluno e ao tutor no exterior com todas as informações sobre as necessidades do aluno, o perfil, detalhes do nível de conhecimento do idioma e orientações para as aulas, os hobbies, interesses profissionais e pessoais. Desta forma, ao chegar ao destino o aluno não é um desconhecido para o tutor e vice-versa, já que o aluno também recebe todas as informações sobre sua estadia, atividades, plano de estudo e perfil de quem irá hospedá-lo e de seu tutor.
Todo o acompanhamento é feito pela coordenação pedagógica e administrativa da Viplli que juntas somam mais de 29 anos de experiência no ensino do inglês e cursos no exterior.

Why the hidden job market?


Eu não gosto de escrever em inglês aqui no Blog, mas já tem um bom tempo que li este comentário e achei que em traduzindo-o eu poderia mudar o sentido ou não transmitir a mensagem corretamente. Eu sempre tenho a impressão de que perdemos muito em uma tradução, mesmo quando feita por excelentes profissionais. Enfim!
"I worked for five years with newcomers to Canada as a pre-employment coach, and earlier in life I participated in an employment program. I'm sure many Canadian Immigrant readers are familiar with these goverment-funded programs, designed to provide information about Canadian employment practices and standards, resumé and interview preparation, and how to deal with the "hidden job market."
It all lloks reasonable and certainly many have benefited.
But why is there a hidden job market? And how did it become so institutionalized?
Employment programs tend to offer the explanation that companies have discretion in how they publicize jobs, that advertising is expensive and that process - from when the position is created to when it is filled - is time-consuming, in part because publicized jobs generate too many applications. And so many jobs are offered through limited channels.
For hteir part, governments do not want to interfere unduly in business practices.
I have never been able to reconcile the question of why, in a country that values democracy and free market, does there exist such a thing as a hidden job market? Should it even be called a "job market" if a significant part of it is hidden?
Try to imagine a similar tolerance for a hidden clothes market, a hidden car market or even a hidden food market. You know there would be no tolerance but rather a swift public response. The comparison is apt.
Governments expend a lot of effort attracting international investment and business precisely because they generate employment and tax revenues. Jobs are the lifeblood of the national economy. Employment rates are a measure of national economic health.
Business tax regimes, minimum wage levels and land use decisions are designed to optimize the ability of companies to generate more jobs. These factors are exclusively decided by government, usually after consulting with business leaders.
I would suggest that these incentives, these obligations governments readily make to the business community, create a corresponding obligation on business to be responsible to the Canadian public.
Everyone would agree that the nature of an employment position is 100 per cent within the power of the company. The company owns the position, but information about the position should be in the public realm. If a company is not prepared to publicize positions, it should fergo any advantage provided by government for the purpose of creating jobs.
What about the flood of applications companies will get? I suggest this occurs precisely because a large number of applicants are competing for the relatively few jobs that are actually advertised. This creates a situation where people apply speculatively for positions, taking a broad-stroke approach, submitting applications even though the may not be qualified for the particular position. This is not good for the applicant, and expensive for the company. If all jobs are advertised, applicants would be able to focus on those jobs that suit their skills, and companies would receive a higher quality batch of applicantions.
Furthermore, when jobs are hidden, does this not create a more fertile ground for discrimination? In the situation we have now, the old adage that I heard when I first came to Canada still applies, "It's not what you know, it's who you know." That can often result in hiring practices that can appear to be racist. It is not appopriate in a country as great as Canada. The development of an open job market will not address all newcomers' concerns and problems in fiding meaningful work, however. Perhaps it is enough if most business leaders begin to see that they are working agaist their own best interest by subscribing to the continuance of the hidden job market. They miss a lot of the available talent!"
D.D Miles Morton, Vancouver
www.canadianimmigrant.ca - September 2008.

AirCanada e TAM Linhas aéreas finalmente juntas!


Nossa, quanto tempo eu não escrevo aqui! Estava com saudades de escrever e dos comentários e e-mails de vocês que acompanham o Unzip!
Muitas coisas aconteceram de fevereiro para cá e um post será pouco para tantas novidades, mas uma ótima notícia merece uma atenção especial!!!!
Como boa libanesa que sou, (não sei se é mito, mas gosto da idéia de que os árabes são bons no comércio e sabem barganhar!) não vivo sem minhas milhas e os cartões fidelidades de várias empresas. Adoro quando troco por um bom brinde e mais ainda quando posso viajar de graça! (se bem que de graça mesmo não é, mas é quase!!!!).
Divulgando o meu programa de intercâmbio aqui no Brasil eu tenho viajado muito. Diversas vezes eu respondi aos e-mails dos alunos interessados em estudar no exterior graças ao tempo de espera que temos para embarcar! Fui de Norte a Sul do Brasil participando dos Salões do Estudante e feiras de educação e minha grande alegria foi trocar uma passagem de ida-e-volta do sul do Brasil para São Paulo apenas para visitar minha avó! Que delícia!!!!
Para muitos de nós que imigramos, visitar o Brasil faz parte dos planos e muitas vezes se torna inviável devido ao valor das passagens!
Agora, finalmente a AirCanada e a TAM estão unidas (leia aqui)e as milhas de uma empresa poderão ser usadas na outra. Aparentemente o acordo começou a valer em 29 de abril de 2009. Uma funcionária da TAM me disse em Fevereiro de 2009 que ainda não era possível utilizar as milhas da AirCanada para voar TAM pelo fato de que os sistemas ainda não estavam ajustados. Ela me disse que isso deveria acontecer até o final deste ano, mas ao que tudo indica já está funcionando!!!!
Eu acumulei muitos pontos da AirCanada pelas viagens que fiz (São Paulo/Toronto/São Paulo) e por ter o cartão de crédito fidelidade deles e a mesma coisa acontece com a TAM. Ao meu ver, a forma mais rápida de acumular pontos nas cia aéreas são: viajar por elas e usar o cartão de crédito vinculado ao plano fidelidade da cia do seu interesse!
Amei a novidade e espero muito em breve usar as minhas milhas para ir a Toronto e lá trocar novamente os meu pontos acumulados no plano fidelidade da rede de farmácias Shoppers Drug Mart por outro perfume Giorgio Armani Mania, afinal, o que troquei ano passado e economizei CAD 70,00 já está acabando!!!

Entre Brasil & Canadá.


Nosso leitor Felipe quer saber porque optamos por voltar ao Brasil. Eu fiquei de responder, mas não nego que fiquei intrigada em saber onde no blog eu disse que optamos por voltar definitivamente ao Brasil. Entenda, não estou questionando a sua pergunta, apenas fiquei preocupada por ter passado a impressão errada em algum momento. Para responder ao Felipe, que espero continue sempre acompanhando o Unzip, eu reli o Blog atrás do mal-entendido e não achei um post onde eu tenha escrito em volta definitiva, porém achei vários textos onde eu escrevi que nós queremos aproveitar o que há de bom nos dois países.
De qualquer forma Felipe, sua pergunta me fez refletir um pouco sobre algumas questões que realmente angustiam muitos imigrantes (e que eu não bato mais a cabeça para responder já que encontrei minha paz de espírito com algumas respostas):
- Será que vale a pena vender o que tenho no Brasil, juntar toda a minha grana e partir para o Canadá definitivamente?
Para nós, a resposta é: não vale! E por isso mantemos um patrimônio no Brasil para servir de teto todas as vezes que decidimos voltar, em férias, à trabalho ou definitivamente. Essa é a nossa garantia e paz de espírito. Sabemos que sempre teremos um lugar para voltar caso as coisas não aconteçam como gostaríamos. Conversando com um amigo psiquiátra, aprendi que existem duas grandes correntes na psiquiatria sobre o planejamento do futuro e a administração de nossas frustrações e que cada um de nós se encaixa em uma delas. Em uma linguagem bem leiga é o seguinte: a primeira diz que temos que planejar e visualizar o que queremos já que navegar sem rumo nos leva a lugar nenhum (o que se aproxima da teoria de O Segredo) e que realizar o que foi planejado é recompensador; e a segunda que diz que não devemos planejar nada já que o fato de não conseguir realizar o que era almejado nos tráz frustrações (acho que se aproxima com a teoria do 'deixa a vida me levar, vida leva eu...'!).Eu não recomendo que um imigrante que está apostando todas as suas fichas na imigração vá ao Canadá seguindo a segunda corrente, mas ter em mente a segunda corrente é imprescindível para a sobrevivência!
- Será que vamos nos adaptar?
Eu me adaptei rapidinho, ou melhor, eu já nasci adaptada! Sempre fui muito independente e sempre soube e lutei pelo que quero. Não há comida, distância, saudades que me faça mudar de idéia. Minha mãe uma vez me disse que sou 'cabeça-dura' ou teimosa e eu nunca me esqueço da minha resposta: 'a diferença entre teimosia e perseverança é o resultado!'. Você, mais do que nínguem, vai saber se a insistência em viver no Canadá ou no Brasil é teimosia ou perseverança! Nós (eu e marido) não temos o menor problema em ir e vir e repensar nossas escolhas e tomar novos rumos! Só não aceitamos não fazer nada pelo simples medo de errar! Ah, sim, já o marido não se adaptou tão bem, mas nada que o impeça de viver no Canadá. No caso dele, a dificuldade maior é com o idioma. Como publicitário ele é falante e conhece Deus e o mundo aqui no Brasil e lá ele ainda é um peixe-meio-fora-meio-dentro-d'agua.
- Vou conseguir emprego na minha área de conhecimento e atuação. Se sou gerente no Brasil serei também no Canadá?
Não para as duas perguntas. Exceções existem, mas são poucas e você definitivamente pode ser uma delas. Esteja preparado para não ser! Você não é melhor ou pior do que os outros imigrantes, mas a sua área de atuação pode não ter a demanda que têm aqui ou você precisa validar seus diplomas ou precisa voltar a universidade ou precisa provar que realmente sabe o que sabe! Eu fui para a mesma área que atuava no Brasil só que no Brasil eu fui dona da minha própria empresa e atuava ou pelo menos entendia da adiministração ao marketing, da contabilidade as vendas. No Canadá, meu primeiro emprego foi em uma escola de inglês e uma das minhas funções também era orientar os alunos que viajavam. Tenho certeza que fiz diferença na vida de muitos deles e conquistei bons amigos, mas por muito tempo fui tratada como a mais débil de todos os funcionários. Como se eu fosse criança ou estagiária. Não é fácil, mas acontece! Até o dia que decidi tomar as rédias do meu rumo novamente e fui convidada a ser gerente de marketing para os mercados de língua portuguesa de uma escola de idiomas.
- Vou conseguir enriquecer ao imigrar?
Eu ainda não vi isso acontecer. Conheci imigrantes que estão muito bem e muito provavelmente não estariam tão bem assim se estivessem no Brasil, mas tenha em mente que o retorno do que você investiu demora e talvez você não queira ou não consiga esperar. Ah sim! O Canadá não é considerado o país ideal para se construir uma grande fortuna do nada! Ele é considerado um país ideal para se ter uma vida confortável e estável! Para quem já teve a oportunidade de conhecer a agressividade dos americanos para negócios vai achar o canadense demorado e indeciso. Como diz meu marido: no Canadá, para morrer de repente leva-se 6 meses!
- E a pergunta que eu tenho feito para mim mesma e agora para vocês, quando eu encontro um casal de imigrantes: Imigramos por nós ou pelos nossos descendentes? Afinal, ao que tudo indica, sempre é a segunda geração que aproveita melhor o fato de a primeira ter imigrado. A busca por segurança e melhor qualidade de vida é realmente para nós, os imigrantes?
De qualquer forma Felipe, eu estou no Brasil à trabalho e meu marido está em um projeto muito interessante de novas mídias (relacionadas ao projeto 'Cidade Limpa' da cidade de São Paulo), portanto no nosso caso, como eu tenho um contrato de trabalho e uma declaração do meu empregador de que estou no Brasil à trabalho os meus dias aqui continuam contando como se eu estivesse em Toronto. Do marido também, já que é meu dependente nesse caso. Veio ao Brasil para me acompanhar. Eu logo estarei de volta à Toronto e depois à São Paulo novamente! E assim viveremos até recebermos uma proposta para Dubai, Suíça, Chile, Florianópolis, Marte, sei lá...onde a vida levar!
PS: No início do segundo ano em Toronto eu me inscrevi no George Brown College para ter um currículo mais próximo das exigências canadenses. Ainda tenho 2 módulos que vou terminar na minha próxima ida, mas a visibilidade do meu currículo melhorou muito desde que iniciei o curso. Estou desenvolvendo um projeto de coaching e consultoria de imagem coorporativa que tem sido muito interessante, inclusive aqui no Brasil, onde coaching e consultoria de imagem ainda é novidade. Entende o que eu digo sobre aproveitar o que há de bom nos dois países?
(Imagem: istockphoto.com)

E se a grana acabar?! Help!

Você pensou bem, discutiu com seu parceiro(a), familiares, amigos e decidiu embarcar para o Canadá! Passou pelo processo de imigração, foi aprovado. Durante a longa espera, que cada dia está mais longa, você:

  • Leu todos os blogs sobre imigração para o Canadá, inclusive o Unzip!;
  • Estudou tudo o que foi possível sobre as províncias, cidades, política, economia, clima, povo, tudo o que era possível aprender sobre o Canadá para decidir qual seria a cidade de destino;
  • Trocou e-mails com os que já estão no Canadá para obter informações pessoais. Algumas boas e outras ruins, mas todas contribuiram para a sua decisão;
  • Estudou inglês ou francês com vontade!;
  • Economizou tudo o que pode e o que não pode! Se pudesse, venderia a gravata, como fazem em alguns casamentos, só para arrecadar um trocado a mais!;
  • Comprou as passagens, vendeu o que dava, arrumou as 2 malas de 32kg por pessoa ou mandou empacotar tudo e enviou a casa por navio!
  • Chegou e recebeu o tão esperado, educado e caloroso: WELCOME TO CANADA!

Tudo certinho, você se preparou! Fez tudo o que pode para DAR CERTO! Fez até mais do que podia! Chegou confiante que logo começaria a trabalhar e como alguns imigrantes, se não desse para começar a trabalhar na sua área até aceitaria um 'survival' por um tempo, ou não! Tudo certo, certo?
Mas logo que chegou, ou mesmo antes, você descobriu que o seu CV ou Resume não se encaixava nos 'padrões' canadenses. Faz um dos cursos do governo para novos imigrantes e descobriu que a entrevista também seria bem diferente do que você estava acostumado no Brasil. Tudo aprendido, tudo certo e você começa a enviar o seu Resume para todos os potenciais empregadores. Passa um tempo, passa mais um tempo e depois um tempão...e você pagando aluguel, alimentação, e nenhuma ligação! Nesse momento você descobre que não tem a tão falada e (minha opinião) sem noção, experiência canadense (juro que ainda vou escrever um post só sobre isso!). Nesse momento você descobre que o caminho mais fácil é o voluntariado, o CO-OP ou qualquer outra alternativa que possa ser usada como experiência canadense...e você tendo que comer, dormir, vestir...enfim...gastando os seus reais que viraram metade em dólares...
...e aí?! E se a grana acabar?!Quem me ajuda?!
Tenho uma amiga que depois de 10 anos trabalhando em uma empresa canadense, resolveu aproveitar uma oprtunidade para mudar de carreira. Ganhava bem, tinha um boa posição na empresa, mas não se sentia feliz. Conversou com o chefe, foi demitida e viveu 8 meses por conta do governo Canadense enquanto se preparava para a nova profissão. Direito dela, por 10 anos ela contribuiu para o governo e chegou o momento de realizar o sonho da profissão que ama. Os planos não deram muito certo, o dinheiro acabou, part-time ou survival não resolveram o problema dela...quem ajudou?! Daddy? Mommy? Best Friend? ou Social Service?
Conversando com ela, chegamos juntas a conclusão de que, se for para ficar sem grana, que seja no Canadá! Vai ficar sem grana aqui no Brasil! Como disse nosso querido e amado presidente ..."sifu..." (veja o vídeo no final do post).
Fui pesquisar o assunto aqui no Brasil e minha amiga no Canadá. Descobrimos que (comparando Toronto e São Paulo):

  • Em Toronto você se vira bem com os transportes públicos; em sampa você "sifu..." se precisar dos transportes públicos (o metrô é muito limpo mas restrito a algumas áreas);

  • Em Toronto você arruma um 'survival' e não fica com vergonha de nada...é honesto, você pega no pesado mas é relativamente bem remunerado além do que muitos imigrantes passam por isso; em sampa...nossa..."sifu...", pega no pesado e ganha o suficiente para pagar a conduçao!

  • Em Toronto tem o Social Services*, que paga $572,00 para uma pessoa solteira sem filhos que tenha uma renda inferior a $950,00 mensais; Em São Paulo (aqui quero dizer Brasil), tem o Bolsa Família que paga R$62,00 para uma pessoa solteira sem filhos que ganha até R$60,00 mensais...

  • Resumindo: No Canadá, se você se apertar, o governo ajuda, no Brasil..."sifu..."

* Apenas como referência de como funciona a entrevista no Social Services no Canadá. Minha amiga foi ao seguinte endereço:

150 Eglinton Avenue East, Suite 900, Toronto, On
Tel: 416 397 1924

Ela tem 10 anos de contribuição, trabalhou por 10 anos na mesma empresa canadense, ficou 10 meses sem emprego, mudou de cidade e província por 6 meses, onde trabalhou, voltou para Toronto, não conseguiu um emprego na nova área de atuação, aceitou um part time como vendedora em uma loja de decoração mas não conseguiu sobreviver e teve que recorrer a ajuda do governo. As impressões que ela teve foram (textual):

-muito bom
-me deram um cheque de $572,00 em 5 dias
-mas tem que ser qualificado, tipo estar trabalhando mas não ser o suficiente, renda familiar inferior a $1.000,00, etc..
-eles fazem perguntas até da vida pessoal, dá vergonha pra quem sempre deu conta da própria sobrevivência, você se sente incompetente...mas isso depende de cada um, né?!
-não sei exatamente o que qualifica uma pessoa ao benefício
-mas eles falam isso antes da entrevista, que vão fazer perguntas pra ver se você é qualificado
-vale a pena tentar
-eu fui

Fica a dica. Acompanhando minha amiga, que é muito competente, que tem domínio do inglês invejável, que também é fluente em espanhol, que tem 1 década de experiência canadense mas ainda assim é jovem e que infelizmente teve seu momento de dificuldade e foi obrigada pela situação a pedir ajuda ao governo, cheguei as seguintes conclusões: 1) ninguém está livre de passar por dificuldades; 2)Melhor passar por isso no Canadá pois no Brasil...sifu!